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Planalto demite indicado de Gustinho Ribeiro em nova leva de exonerações políticas
Por André Morais
Publicado em 15/10/2025 08:13 • Atualizado 15/10/2025 08:16
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O deputado federal Gustinho Ribeiro (Republicanos-SE) entrou na lista de parlamentares atingidos pela nova rodada de exonerações promovida pelo governo federal em cargos regionais. O Palácio do Planalto decidiu ampliar o pente-fino sobre indicações políticas e determinou a demissão de Marcos Vander Costa da Cunha, coordenador estadual do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) em Sergipe, indicado pelo parlamentar.

A medida faz parte da chamada “faxina política”, conduzida pela Secretaria de Relações Institucionais (SRI), que vem revisando nomeações em órgãos federais por todo o país. Segundo fontes do Planalto, o levantamento está sendo feito de forma individualizada, parlamentar por parlamentar, com foco em afastar apadrinhados de deputados que têm votado contra pautas prioritárias do governo.

Gustinho Ribeiro, aliado do líder do Republicanos na Câmara, Hugo Motta (PB), votou pelo arquivamento de uma medida provisória considerada essencial pela equipe econômica para o equilíbrio das contas públicas. O gesto foi interpretado no Planalto como um sinal de distanciamento da base, o que motivou a substituição de seu indicado no Dnocs.

As exonerações publicadas na última segunda-feira (14) no Diário Oficial da União também atingiram cargos na Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). Entre os dispensados está José Lindoso de Albuquerque, diretor de Administração do órgão. Filiado ao União Brasil, Lindoso foi secretário de Mobilidade Urbana no governo Jair Bolsonaro e assessor parlamentar do deputado Luciano Bivar (União-PE).

As demissões de afilhados políticos do Centrão e do PL apenas começaram e devem continuar nos próximos dias, até atingir todos os parlamentares que votaram contra o governo na derrubada da MP 1303.

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, tem o aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para seguir com a limpeza administrativa. Segundo ela, não faz sentido que deputados que votam sistematicamente contra o governo mantenham indicações em cargos federais.

Gleisi rejeita o termo “retaliação” e afirma que o processo é uma reorganização da base, retirando funções de quem atua como oposição para entregá-las a aliados que se mantêm fiéis ao Palácio do Planalto.

Nos bastidores, o recado é direto: a fidelidade política será determinante na ocupação de espaços dentro do governo.

 

 

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