Por Itamar Santana

O Botafogo está de volta ao cenário mundial. Para muitos, é uma novidade. Para quem conhece a história, é apenas o retorno de um gigante ao seu lugar de direito.

Nos anos dourados do futebol brasileiro, enquanto o Brasil encantava o mundo com Pelé, o Botafogo formava a espinha dorsal da Seleção. Nomes como Didi, o príncipe dos passes; Nilton Santos, o lateral que ensinou o mundo a atacar; Garrincha, o gênio indomável das pernas tortas; Gérson, o cérebro pensante; e Jairzinho, o furacão da Copa de 70, fizeram da camisa alvinegra um símbolo de arte, ousadia e títulos.

Não foram apenas grandes jogadores. Foram construtores de um legado. Eles elevaram o Botafogo a um patamar em que o futebol se confundia com cultura, onde o drible era poesia e o gol, uma sinfonia popular.

Hoje, uma nova geração veste o manto com a responsabilidade de honrar essa herança. Savarino, atacante veloz, inteligente e letal nos contra-ataques; Igor Jesus, centroavante de instinto goleador e estrela em ascensão; Artur, símbolo de equilíbrio e inteligência tática; Alex Telles, experiente, técnico e com a fome de quem sabe que esta pode ser a maior conquista da carreira.

Esses jogadores não estão apenas disputando um torneio. Estão conectando o presente ao passado. Estão representando Garrincha na ponta, Didi no meio, Nilton Santos nas laterais e Jairzinho no ataque. Estão carregando no peito a estrela solitária que já iluminou o mundo – e que agora quer voltar a brilhar com ainda mais força.

O Botafogo que chega ao Mundial não é coadjuvante. É protagonista. Não veio fazer figuração. Veio disputar – e vencer – no campo. Porque foi isso que ensinou a geração dourada: jogar bonito é importante, mas vencer com dignidade é a missão.

Que essa equipe entre em campo com a mesma coragem dos nossos ídolos. Que jogue como se estivesse no Maracanã dos anos 60, com 150 mil vozes empurrando. Que transforme cada lance em história. Que nos faça sonhar, como fizeram nossos pais e avós.

É hora de a estrela solitária brilhar diante do mundo.

E que ela brilhe como nunca.

Itamar Santana

Torcedor apaixonado e botafoguense de alma e história.