Tomar do Geru (SE) – Um episódio ocorrido durante um evento público na cidade de Tomar do Geru, interior de Sergipe, tem gerado ampla repercussão e indignação nas redes sociais e entre moradores do município. O prefeito Jailson da Construção, conhecido como “Jal da Construção”, foi acusado de zombar publicamente de uma professora aposentada que o questionou sobre o pagamento de salários atrasados.

Segundo relatos de testemunhas e vídeos compartilhados nas redes sociais, a educadora, que dedicou décadas de sua vida ao serviço público na área da educação, se dirigiu ao prefeito para cobrar esclarecimentos sobre os atrasos nos vencimentos de aposentados da rede municipal. Em resposta, Jal da Construção teria feito chacotas em tom de deboche e incentivado o público presente a vaiá-la.

“A senhora teve tempo demais para falar. Agora aguente o novo tempo”, teria dito o prefeito, seguido de risos e aplausos de seus apoiadores. A professora, visivelmente constrangida, tentou continuar sua fala, mas foi interrompida por vaias e comentários pejorativos que, de acordo com testemunhas, partiram de pessoas ligadas à gestão municipal.

O caso repercutiu negativamente entre sindicatos, educadores e lideranças políticas da região. O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais divulgou nota de repúdio, classificando o comportamento do prefeito como “desrespeitoso, misógino e incompatível com o cargo que ocupa”.

“A educação é construída com respeito, e os profissionais que contribuíram com a formação de gerações merecem ser tratados com dignidade, não com escárnio público”, afirma um trecho da nota.

Até o momento, a Prefeitura de Tomar do Geru não emitiu nota oficial sobre o episódio. Procurado pela reportagem, o gabinete do prefeito não retornou os contatos.

Moradores da cidade organizam uma manifestação em solidariedade à professora e em protesto contra o tratamento dispensado aos servidores públicos aposentados. O ato está previsto para ocorrer em frente à sede da Prefeitura nos próximos dias.

O Ministério Público de Sergipe informou que vai apurar o caso, sobretudo no que diz respeito a possíveis práticas de assédio moral e violação da dignidade da servidora pública.

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